MEDO


MEDO

          Esses dias refletindo  sobre uma música do Oswaldo Montenegro chamada '' Metade” me chamou a atenção o início dela que diz, '' Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio'', e depois de ser inspirado por esta bela canção, me deu a idéia de falar sobre o medo, ou melhor, sobre a força que damos aos nossos medos. De início me vem a cabeça  um texto do dramaturgo grego Sófocles, a história de Édipo Rei, onde um rapaz sabendo que seu destino seria matar o pai,e engravidar á sua mãe, foge de casa  com medo de isso  acontecer, só que ele não sabia que aqueles com que ele vivia não eram seus pais biológicos e sem saber a verdade vai embora para seu destino não se concretizar. Assim que  chega a Tebas, Édipo mata Laios e engravida Jocasta. Descobrindo que eram seus pais verdadeiros, então ele fura os olhos para não poder enxergar o que aconteceu. Será que se Édipo não tivesse dado importância ao seu medo isso não teria acontecido?
Eu tenho um conhecido que depois de se separar com sua esposa, ele sempre se preocupou em arrumar uma boa companheira que o amava, mais principalmente que gostasse de seus filhos e os respeitasse. Ele sempre teve medo de arrumar alguém que fizesse o que sua madrasta lhe fez que foi afastar seu pai dele. Ele sempre viveu com essa tristeza de não ter tido contato próximo com seu pai por conta da madrasta, então não queria o mesmo com os seus filhos. Um dia ele conheceu uma pessoa maravilhosa onde se identificaram e sem perceber seus filhos resolveram ir embora, pois com a mãe talvez tivesse a atenção que o pai não dava mais.
Isso me faz lembrar outra parte da musica que diz “Pois metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei”
Sem saber, a história se repetiu de pai para filho e mais uma vez a força dada ao medo foi à causadora de tudo.

E logicamente não podemos por as culpas das consequências nos outros, apenas na força que damos ao nosso medo.
Paulo Martare